sábado, 10 de março de 2012

Pensamentos durante a noite?

Estou deitada, prestes a deixar-me levar por um sono que já há muito me cobiçava. Mas, tal como seria de esperar, ainda não estou preparada para encarar uma noite de sonhos de que não me irei recordar pela manhã que lentamente se aproxima.
Em toda esta casa impera o silêncio. É aquele género de silêncio agridoce; estamos - quase - em paz connosco próprios, mas é ensurdecedor, quase oiço um zunido insistente e irritante nos meus ouvidos.
É nesta altura que eu começo a fazer um género de retrospectiva geral, mas não muito aprofundada. Não quero pensar em tudo o que me lembro, de bom e de mau, desde há 20 anos atrás. Só me dou a esse trabalho quando estou, de facto, com o cérebro a trabalhar a mil.
Não. Quando eu falo em retrospectiva geral, refiro-me aos últimos acontecimentos mais marcantes, positivos e negativos, mas sempre sem estabelecer um limite temporal. Existem memórias com prazos de validade - assim por dizer - , que acabamos por esquecer eventualmente. Essas, para mim, são facultativas.
Prefiro concentrar-me naquilo que, daqui por outros 20 anos, ainda recordarei. Mais uma vez me repito: seja de bom ou de mau, conta sempre para o nosso crescimento como seres humanos normais.
Recapitulando: é nestas alturas que opto por pensar várias vezes nos mesmos acontecimentos do meu "ultimamente". Mas é tudo muito incerto, infelizmente... 
Metaforicamente falando, olho à minha volta, e vejo que existem falhas na minha vida que nem eu própria as poderei, de maneira alguma, reparar. Vejo um problema de saúde muito próximo de mim que, embora não seja, de todo, um assunto preocupante, assusta-me em diversos níveis.
Lembro-me de, ainda há pouco tempo, gozar com uma situação minha, dizendo que estava de luto. Suponho que agora encaro essa palavra com muito mais respeito. Não é simplesmente um problema de saúde que me assusta. É um medo muito maior do que esse, o medo de perder a maior constante da minha vida. Não falarei mais sobre este assunto em particular, pois não sou a melhor pessoa no que diz respeito ao auto-controlo - seja com palavras, ou com as emoções por elas geradas.
Mas, no meio deste grande azar, sinto uma pequena esperança a desabrochar no mais íntimo do meu ser, que me grita "o melhor ainda está para vir!". Será mesmo?
Eu realmente sinto o apoio dos meus mais próximos a aumentar a cada vez que falho em algo. Nunca ninguém me disse que o melhor era desistir. Antes pelo contrário: ainda me empurram com mais força para que eu consiga cair de uma falésia, e, por sua consequência, mergulhar numa maré de sorte infinita.
Eu sei que as coisas não são assim tão simples. É preciso esforço, dedicação, muita força. Acima de tudo, é necessário manter a cabeça erguida, pois há-de sempre existir um "amanhã", e tudo o que antes estava errado, pode agora tornar-se certo.

Mas hey, quem sou eu para dar conselhos? Isto tudo não passa de um turbilhão de palavras, numa mente quase adormecida. E agora, lentamente vou fechando os olhos, sussurrando para mim mesma que amanhã será melhor, e deixo-me levar pelo meu sub-consciente, até onde ele me quiser levar...




2 comentários:

  1. Está lindo!
    É uma das melhores coisas que pude ler este mês (e ambas sabemos como me enterro em livros).
    A vida nem sempre é justa e é mesmo com essas injustiças que devemos de a encarar de frente. E lembra-te, na tua vida, a solidão não impera e jamais te irá derrotar. Tens quem tu realmente necessitas do teu lado. *

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  2. Pois tenho, sendo TU uma das pessoas mais importantes que a vida me deu!
    Obrigada amor @

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