"Ano novo, vida nova"? Não, obrigada.

Não sei bem porquê, mas já não consigo ser daquelas pessoas que assim que o ano termina e outro novo começa, diz ano novo, vida nova. Já não sou capaz de o dizer, já pensei bastante nisto, e acabo sempre com a mesma resposta.

É que, por mais que eu diga que algo ou muito vai mudar, eu tenho a perfeita noção no fundo do meu ser, que não é bem assim. Bem posso prometer que terei melhores hábitos alimentares, que serei mais feliz este ano, ou que me esforçarei por ter tudo o que quero a meu favor; é igual e apenas o ano muda.

As  promessas são quase sempre as mesmas, mas na realidade, todas as pessoas - inclusive eu - cometem exactamente os mesmos erros - isto é, caso não haja qualquer aprendizagem quanto ao passado - ou cometem erros novos. É tão simples quanto isso.

E que posso eu fazer quanto a isso? Nada. O universo trabalha de misteriosas formas, sendo que o facto de não controlarmos nada no nosso futuro é uma dessas mesmas formas.

Sempre ouvi dizer, em filmes, livros e séries, que não podemos combater o destino. É um pouco frustrante admiti-lo, e são poucas as pessoas que o admitem e dizem ok, já que não posso mudar grande coisa, vou decidindo uma coisa de cada vez e ver onde é que isto vai dar.

Já o pensamento oposto, bem, apenas posso dizer que qualquer pessoa com dois dedos de testa já lá esteve, e já pensou o mesmo: que se acreditasse muito numa esperança que tivesse isso significaria que tal coisa que desejasse iria acontecer. É nesta parte em que eu digo uma frase que sempre me pairou na cabeça: a ignorância é felicidade.

E é por tudo isto que cada vez mais acredito e fio-me no karma: faz boas acções, e boas coisas se adivinham para ti.